Condomínio de João-de-barro e onde procuramos a felicidade
4 de setembro de 2015
Outro dia já escrevi aqui um post sobre o João-de-barro e como definimos as nossas necessidades, o post me fez pensar mais ainda sobre diversos comportamentos que estão se tornando cada vez mais frequentes em nossa sociedade. Quando eu era criança e morava lá no interior de Santa Catarina, em Quilombo, onde meus pais e irmãos ainda moram, eu gostava muito de observar o João-de-barro e suas casinhas. Saí de lá para morar ‘na cidade grande’ e esqueci desses passarinhos tão inteligentes, mas há alguns meses eles me chamaram a atenção novamente.
Em um passeio de carro no feriado que teve em maio, vi uma árvore com diversas casinhas de João-de-barro, parecia um condomínio, então paramos eu e meu marido, para tirarmos uma foto. Ao observar ao redor vi que não tinha mais nenhuma árvore por perto e entendi o porquê de ter um condomínio de João-de-barro naquela árvore.
E depois desse dia, tenho visto muitos desses condomínios por aí. Com certeza é a natureza encontrando formas de sobreviver em meio a essa falta de árvores que o desmatamento desordenado tem provocado. Nós, seres humanos, conhecemos esse conceito de morar em condomínio há muitíssimo tempo já, não é novidade para nós. E sabemos também o porquê desse desmatamento desordenado, sabemos que a natureza está sobrevivendo, procurando formas de não morrer, como o João-de-barro em um condomínio de pássaros.
Nossa ambição, nossos desejos e vontades que transformamos em necessidades cruciais tem provocado tudo isso ao longo dos tempos. Desaprendemos a viver com o necessário e definimos os luxos, os “a mais”, os supérfluos como imprescindíveis para ser feliz. Usamos a expressão “eu mereço, porque trabalho muito”, ou “eu mereço, porque já sofri muito” e outras variantes, para justificar um consumismo desenfreado, e até dívidas em cartão de crédito e parcelamentos a perder de vista. Mudamos os valores que nos regem, o consumismo virou a tônica da maioria das pessoas de nossa sociedade e hoje queremos um sapato, uma bolsa, um carro novo “para ser feliz”. Esquecemos de que a felicidade é feita de momentos e não de coisas, de ter o amor correspondido, de ver uma criança feliz porque ganhou um pirulito, de ver a flor que plantamos surgir em botão e desabrochar alguns dias depois em uma rosa linda. Momentos simples que não precisam de nada para nos trazer a felicidade. Ver o pôr-do-sol, um arco-íris, ler um livro, ouvir uma música.
Colocamos as coisas em primeiro lugar, querendo ser feliz assim, enquanto isso a natureza geme, nosso coração vive ansiando por algo mais, e Deus fica ali, esperando que entre um piscar e outro de nossos olhos, lembremos onde está a fonte da verdadeira felicidade: Jesus.
Me pergunto hoje, onde nossas ‘necessidades’ tem nos levado? Como nosso comportamento tem influenciado na natureza? Onde estamos procurando nossa felicidade? Onde Deus está em nossa vida em meio a tudo isso?
Onde você procura a sua felicidade? O que te faz feliz?
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