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Nós, o João de Barro e nossas necessidades básicas

Há alguns dias venho pensando na questão do que eu preciso realmente e do que não preciso, refletindo sobre como minhas necessidades básicas mudaram com o tempo, o que é bem normal,  eu mudei minhas necessidades mudaram também. Hoje voltei a olhar essa foto (abaixo) tirada no feriado de 02 de maio, em um passeio de carro que fizemos, eu e meu marido. O João-de-barro tem ali sua casinha, feita com muito capricho, tem bem definido o que precisa para descansar e viver. Alguns o chamam de pássaro engenheiro outros o chamam de pássaro pedreiro, eu cá acredito que seja mais acertado chamá-lo de pedreiro, pois ele sai em busca de matéria prima e carrega, fazendo mil viagens até ter tudo o que precisa para ver sua casinha em formato de forno de pizza pronta. Ele carrega o barro no bico, tem noção de quantas viagens precisa para fazer seu ninho? Mesmo sabendo que o casal João-de-barro constrói sua casa juntos, é muito ir e vir trazendo a matéria-prima no bico…
O João-de-barro, em sua simplicidade, quer sempre uma vista bonita, um terraço de luxo feito pelo tronco da árvore, ah e a casinha tem divisões sabia? O local onde os ovinhos ficarão é separado por uma paredinha, para não receber vento gelado e nem ataques de inimigos… Pois é… Inteligente esse passarinho!. O João-de-barro faz seu ninho sempre tendo a entrada na direção contrária, ou seja, busca proteger da chuva. Usa o mesmo ninho por uma ou duas temporadas somente, depois vai para outro lugar, se ele encontrar um ninho abandonado, reforma e usa para si, assim como deixou o seu para outro casal usar. Coisas de João-de-barro. 
Pensando nesse trabalho todo que o bichinho desenvolve pela sua casa, refleti aqui em meio a tantas coisas que tenho, como estou definindo minhas necessidades? O que eu realmente quero? Uma casa confortável e de tamanho que acomode minhas necessidades, ou uma casa para mostrar aos outros e que acomode meus luxos e extravagâncias? Para onde estou indo, definindo tantas coisas como “eu preciso disso” e com tal veemência que passo a acreditar que o desejo virou uma necessidade?
Porque é isso que tem acontecido cada dia mais, vemos um sapato e exclamamos: “eu preciso dele”, mesmo tendo dezenas de sapatos e alguns até sem usar muito ou com a etiqueta ainda. Vemos um carro que nos agrada ao olhar e de repente, o nosso carrinho bom de guerra já não serve mais e preferimos trocar de carro e guardar na gaveta um bloco com dezenas de parcelas a pagar? 
Vejo as redes sociais disseminando de forma avassaladora essa cultura do “eu preciso muito”, onde os desejos se tornam necessidades básicas, onde o consumismo e o exibicionismo deixaram de ser valores negativos e se tornaram estilos de vida.
Ops! Mas eu faço parte dessas redes sociais! Eu, você, a maioria de nós. Olhamos uma foto de um sapato bonito, um casa maior, um carro mais possante e exclamamos com os olhos brilhando “eu preciso disso”. Para onde estamos indo com tudo isso? Para onde estamos nos conduzindo, querendo tudo e obtendo cada dia mais coisas que vamos demorar anos para consumir ou algumas não serão nem consumidas porque ficarão fora de moda, não servirão mais ou porque simplesmente esquecemos no fundo do armário?
O João-de-barro demora de 18 a 20 dias, em média, para junto com sua Joaninha-de-barro, construir um ninho, que chega a pesar 4kg usando barro, palha e esterco (sabe o que é esterco né?!). Canta lindamente todos os dias pela felicidade em ter um lar agradável e aconchegante.
E nós? Para que trabalhamos? Para ter uma vida feliz, agradável e aconchegante com nossa família? Ou trabalhamos para pagar as contas que fizemos sem medida, sem controle e que nos tiram o sono muitas noites? Louvamos a Deus pelo que temos, com gratidão no coração ou passamos o tempo a resmungar porque não temos isso e aquilo?
Ah João-de-barro… Me fizeste pensar tanto que essa reflexão se transformou em varios post´s e diversas ações bem práticas e reais por aqui…  Esse é o primeiro, no decorrer dos próximos dias, falarei mais desse passarinho-pedreiro e o que surtiu de efeito aqui ao refletir sobre nossas necessidades básicas. E você, como define o que realmente precisa?
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